Hoje, mais um país do mundo mulçumano comemora sua virada (?) na ordem das coisas, a tal revolução. Com a morte de Moammar Kadhafi, o mundo livrou-se de mais um megalomaníaco tirano. Lembro que é comum ver as pessoas dizerem no Brasil o quanto é bom não existir esse tipo de gente por aqui. Não existe mesmo?
Nós outros brasileiros costumamos pensar, felizes, que este tipo de cancêr social maligno só acontece nos pagos distantes: ledo engano, no Brasil, ao invés de um megalomaníaco, temos um sistema dessas proporções. Explico.
Lembro-me de certa vez, no limiar entre a adolescência a fase adulta, de ter visto um jovem negro sentado na frente de um dos endereços comerciais mais nobres da cidade de São Leopoldo. Ele comia um pão, aparentemente sem nada dentro. Aproximaram-se, numa viatura, quatro brigadianos, a polícia militar do Rio Grande do Sul, e começaram a ofender o rapaz que estava ali, para que o mesmo saísse daquele lugar. O rapaz não obedeceu. Foi quando, aos socos, o jovem negro foi convencido covardemente por um desses "homens" de farda, a deixar o local , tornando-o mais " limpo".
Ao presenciar a cena supracitada, eu, um iniciante na graduação de História, vi a Constituição Brasileira de 1988 ser rasgada como lixo. " Todo o cidadão brasileiro, nato ou naturalizado, tem o direito de ir e vir por todo o território nacional" é o que diz a Constituição.
A partir do relato acima, pergunto: quem são os cidadãos que podem ir e vir no Brasil? Respondo: somente aqueles que consomem. E não aquele que consome seu pão velho em frente a uma loja. Mas sim, somente quem consome o que está na loja. Infelizmente, se você não está na classe consumidora, você tem o direito de ir e vir para onde os que consomem querem que você vá.
Levando a coisa para uma esfera maior, temos o exemplo atual do caso Rafinha Bastos. Alguém duvida de que ele será condenado, mesmo sem ter cometido crime algum? Isso vai ocorrer somente porque ele se envolveu num enrascada com famílias poderosas, que consomente mais que ele. E se a piada fosse com a menina negra que está grávida e cheirando cola na esquina? Nada aconteceria.
E o caso Rafinha é só um exemplo, temos muitos outros: Maluf, Teixeira, Cacciola, Lalau, Macedo, Marinho e tantos outros que cometeram verdadeiras atrocidades legais e nem ao menos foram julgados. E olha que esses nem são os verdadeiros vilões da História. Apresento-lhes a face do mal:
No local acima, temos os nossos Kadhafinhos. Erguem monumentos (obras) que não servem para nada. Erguem uma Constituição que não ensinam o povo a defender. Erguem somas em dinheiro que abaixam em seus fundilhos. Não erguem leis que atendam as demandas da sociedade, engessando o judiciário e toda a cadeia abaixo dele. Erguem a mão para pedir o meu voto. Erguem sorrisos deslavados de quem está rindo na derrota, como os líderes loucos e sádicos. São esses caras, mandantes do sistema brasileiro, e não os policiais, que erguem o cacetete para impedir que alguém coma o seu pão. São esses caras que derrubam meu país.
E nós? Nós arriamos as calças e tomamos bem tomado...
"Le Brésil n’est pas un pays sérieux" Charles DeGaulle (?)
Um abraço sufocante e megalomaníaco à todos!
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