1º de janeiro de 2011. Ano novo. Posse da primeira mulher presidente do Brasil. Enquanto Dilma subia a rampa do Palácio do Planalto,caiam séculos de uma sociedade machista e preconceituosa. Vários foram os comentários de que se estava dando mais um passo para o fim de preconceitos em nosso país. Será?
Não em vão, a chegada de uma mulher na presidência do Brasil, suscitou, e vai suscitar, discussões sobre sexismos e preconceitos. Fala-se em conquistas das mulheres, porém, podendo aqui ser tachado de preconceituoso, sabe-se que a eleição de Dilma teve muito mais a ver com a atuação de um homem, Lula, do que a força dela própria.
Frases como " finalmente uma mulher na presidência em 2011", "esperamos cinco séculos para ter uma mulher da liderança" foram repetidas nas transmissões da solenidade de posse. Ora, quando foi a reunião que se estabeleceu quem até 2011, deveríamos ter uma mulher na liderança?
Nada contra uma mulher presidente. Votei na Dilma. Mas dizer que isso retrata o fim de um preconceito é demais para a minha cabeça. Ora, por certo que os preconceitos vão continuar e, também é certo, não há nada que se possa fazer para erradicá-los.
Preconceitos são, de uma forma primeira, bons. Foram eles que definiram fronteiras dos espaços nacionais e que fizeram com que mudanças tecnológicas fossem feitas para evitar o outro, ou não fazer como o outro fazia. É ele que divide a política em partidos e possibilita discussões enriquecedoras. Todo o preconceito contra o preconceito se dá quando esse é expresso na forma de intolerância e violência, física ou verbal.
Gosto muito de rock e não escuto outras músicas. Não é por isso que vou soltar uma bomba num show de música sertaneja ( emobra já tenha tido essa votade!) só porque não curto o mesmo som. É um tipo de preconceito, mas aprendi a respeitar a decisão dos outros, não só com relação aos gostos musicais, mas em todos os aspectos.
Não é porque não gosto de algo que devo explodí-la, como fazem certos seres |
Dizer-se contra o preconceito é negar a essência humana bem como um erro. Todos temos um conceito pré-estabelecido contra diversas coisas, caso ao contrário, dificilmente nos manteríamos vivos, pois estaríamos propensos a adotar atitudes que colocariam nossas vidas em risco.
O preconceito é facilmente confundido com discriminação. Embora se tenha preconceito contra algo, é importante sempre realizar o exercício de respeito ao próximo em suas diferenças, ainda que não as goste.
E o que um post aparentemente sobre a Dilma tem a ver com preconceito? Ora, esse post serve apenas para sinalizar que um fim do preconceito ( contra a mulher ou de qualquer ordem), ainda que entendido como discriminação, não acontecerá porque ela subiu ao Planalto assim como o fim da pobreza no Nordeste não ocorreu quando da posse de Lula porque ele é nordestino.
É um erro pensar no fim da discriminação colocada na forma de violência e um erro maior não lutar contra ela.
Por fim, desejo à nossa presidenta um excelente período de governança!
Um abraço sufocante e empossado a todos!
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